A imagem dos profissionais e a reputação das empresas estão conectadas
A imagem dos profissionais e a reputação das empresas estão conectadas
Quando profissionais falam de assuntos do trabalho em suas mídias ou ambientes pessoais, quais são os limites entre aquilo que faz bem para as marcas e o que pode se tornar um risco para a imagem da empresa e também das pessoas?
A verdade é que a reputação das empresas e a imagem das pessoas que trabalham nelas estão cada vez mais entrelaçadas.
De um lado, empresas querem ser admiradas e desejadas como local de trabalho. Para isso, estimulam seus colaboradores a falarem sobre suas experiências na empresa.
Do outro lado, profissionais também querem narrar suas jornadas e se sentem livres para compartilhar momentos, imagens e informações seguindo seus próprios critérios do que é relevante e do que eventualmente pode ou não ser sigiloso.
A combinação dessas duas atitudes, se não for bem conduzida, pode trazer riscos para as duas partes: empresa e profissional.
Vale lembrar: em alguma medida, toda pessoa é mídia. A gente recebe e transmite informação o tempo todo. E quando o assunto é imagem e reputação, não dá para simplesmente contar com o bom senso das pessoas. Nesse tema, vale a máxima de que o óbvio não existe.
Recomendações
A partir das experiências que temos vivido na Árvore, compartilho a seguir três recomendações e três alertas sobre esse tema.
Primeira recomendação: nos rituais de gestão e em toda oportunidade de interação coletiva, quem conduz o momento deve sempre declarar explicitamente quando um assunto, imagem, gráfico ou informação não pode ser compartilhado ou merece um tratamento mais reservado.
Essa prática deve ser repetida, deve ser uma constante nos rituais. E além de falar, vale criar um ícone ou símbolo visual que indica a orientação de sigilo e não compartilhamento.
A segunda sugestão se resume a uma palavra: consentimento. E ela é de mão dupla, vale para a empresa e para os profissionais. Vai publicar uma foto no LinkedIn com várias pessoas? Pergunte a elas se estão de acordo. Vai narrar um resultado alcançado? Confirme com alguém da gestão se existe alguma restrição.
A onipresença dos smartphones e mídias sociais muitas vezes cria a falsa impressão de que tudo pode ser registrado e compartilhado. Isso não é verdade e está na hora de sermos todos mais criteriosos.
A terceira recomendação é assegurar que o tema esteja presente de forma mais detalhada na jornada oficial da empresa: no onboarding, nos Códigos de Ética e Conduta, no contrato de trabalho e outros documentos e momentos oficiais de gestão de pessoas.
Mas atenção: só dizer o que não pode também não é a solução. A complexidade, mas também a beleza do assunto, é que todos esses cuidados devem acontecer mantendo o incentivo para que as experiências marcantes que cada um vive na organização possam fazer parte da comunicação pessoal. Existem formas autênticas e seguras para comunicar.
Alertas
E pra fechar, os alertas.
1) Todos esses cuidados não se limitam ao que é levado para o ambiente digital. O mesmo vale para o que se diz na mesa de bar, na academia, em uma festa ou nos corredores da empresa.
2) Se esse tema é sensível para todas as pessoas, para as lideranças é especialmente relevante. Vale considerar treinamentos e orientações mais aprofundadas para líderes, que têm um papel duplo. São agentes de comunicação com maior peso e são também responsáveis por orientar e monitorar as atitudes de suas equipes.
3) Os profissionais de comunicação precisam ter uma atitude exemplar ao lidar com informações e com a imagem da empresa. A gente comunica pelo que diz, mas principalmente pelo que a gente faz.
Reputação é uma construção de longo prazo, mas é feita de atitudes diárias. Profissionais e empresas caminham juntos nessa história.